No trabalho junto aos alunos durante os anos como professora venho refletindo, sendo ajudada a pensar e são, na maioria das vezes, os alunos que me auxiliam neste exercício: a escola precisa ser diferente e diferente para todos os alunos. Como organizar uma escola que atenda as necessidades de cada aluno? Esta é uma tarefa possível?
Compreender o ensino/aprendizagem dentro de outra perspectiva, diferente da minha formação: linear, cumulativo, hierárquico, organizado exigia/exige um exercício de permanente vigia, talvez, por herança... ou “cultura”, não sei bem qual seria a melhor expressão nesse caso. Najmanovich (2001:13) coloca que: “Um elemento chave para compor a imagem da modernidade é conscientizar-se que, de sua perspectiva conceitual, as coordenadas são fixas: só se reconhece a legitimidade de um único olhar.”
Não excluir alunos do contexto da sala de aula ainda esta mais relacionado à tentativa de enquadrá-los às normas escolares, do que de fato reconhecê-los como sujeitos produtores de conhecimento, pois isto, exigia/exige rever o compreender a respeito do se que entende por ensino/aprendizagem, pensar jeitos outros de lidar com o conhecimento, buscar novas práticas de ensino/aprendizagem em que os conhecimentos dos sujeitos sejam respeitados e mais ainda reconhecidos pela escola. Na verdade, esta lição aprendida, em teoria, e muitas vezes ditas nos discursos, que não necessariamente retrata no fazer pedagógico, mas reconhecendo tais necessidades, no entanto, como trazê-las para a prática?
Como ensinar “novos” conteúdos se alguns alunos não haviam se apropriado dos “velhos” que deveriam chegar com ele “prontos”? Esse é um questionamento que, enquanto professora, vou me fazendo, sentimento que ainda mostra as marcas do modo incalcado de pensar. A prontidão sempre nos assombra... retomar... rever... é sempre encarado como uma tarefa difícil quando falamos da prática. Nos discursos tudo é tão mais fácil e possível... Esse, no entanto, é um exercício que não podemos abandonar... trazer à prática, o que vamos descobrindo e entendendo na teoria.
Durante alguns anos, o incômodo com a situação que Moreira (2005:29) chamou de “Estranhos”, aqueles alunos que por um motivo ou por outro ficavam à margem do trabalho de sala de aula. Sujeitos que aparentemente não se enquadram no perfil do “aluno ideal” para a escola, aquele que o professor “ensina” e ele supostamente “aprende”, colocando em cheque nossas ações como educadoras. Esses sujeitos que chegam à escola, seu espaço por direito, diga-se de passagem, exigem de nós um novo jeito de entendê-los e ensiná-los. Como nos instiga Moreira (2005:31): “O estranho continua a desafiar-nos. Como conhecê-lo melhor? Como entendê-lo melhor? Que se pode/deve aprender com ele? Que fazer para ensiná-lo?”
Como devemos organizar a escola para enfrentar este desafio?
Pra constar...
ResponderExcluirSignificado de Utopia
s.f. Local ou situação ideais onde tudo é perfeito. &151; O substantivo utopia vem das palavras gregas ou e topos, que significam sem lugar. Refere-se especialmente a um tipo de sociedade com uma situação econômica e social ideal. Freqüentemente a palavra é empregada para designar sistemas ou planos de reformas considerados pouco práticos ou irrealizáveis.
fonte: http://www.dicionariodoaurelio.com/Utopia
Contudo... considero tarefa que é inerente a profissão professora... utopia... sonhar o impossível e trabalhar para que seja possível. Acreditar que tudo é possível quando se tem fé! Fé nas possibilidades infinitas do Ser Humano, inclusive a de se superar!